Antracnose
(Colletotrichum dematium)
A antracnose é a principal doença que
afeta a fase inicial de formação das vagens e é um dos principais
problemas dos cerrados. Em anos chuvosos, pode causar perda total da
produção mas, com maior frequência, causa alta redução do número de
vagens, induzindo a planta à retenção foliar e haste verde.
A maior intensidade da antracnose nos
cerrados pode ser atribuída à elevada precipitação e às altas
temperaturas. Uso de sementes infectadas e deficiências nutricionais,
principalmente de potássio, também contribuem para maior ocorrência da
doença. Recentemente, tem sido observado um aumento considerável na
ocorrência de C. truncatum em sementes de soja. Sementes oriundas de
lavouras que sofreram atraso de colheita, devido a chuvas, apresentaram
porcentagens de infecção superiores a 50%.
Sintomas - A antracnose
pode causar morte de plântulas, necrose dos pecíolos e manchas nas
folhas, hastes e vagens. Originado de semente infectada ou de inóculo
produzido em restos culturais da safra anterior, o fungo desenvolve-se,
de forma latente, no interior do tecido cortical e pode não se expressar
até o final do ciclo, dependendo das condições climáticas, da
fertilidade e da densidade de semeadura. Pode causar queda total das
vagens ou deterioração das sementes em colheita retardada.
Os sintomas mais evidentes ocorrem em
pecíolos e ramos tenros das partes sombreadas e em vagens em início de
formação. As vagens infectadas nos estádios R3-R4 adquirem coloração
castanho-escura a negra e ficam retorcidas; nas vagens em granação, as
lesões iniciam-se por estrias de anasarca e evoluem para manchas negras.
Em períodos de alta umidade, as partes infectadas ficam cobertas por
pontuações negras que são as frutificações do fungo. Sementes apresentam
manchas deprimidas, de coloração castanho-escuras. Plântulas originadas
de sementes infectadas apresentam necrose dos cotilédones, que pode se
estender para o hipocótilo, causando o tombamento.
Controle: As medidas de
controle recomendadas são o uso de sementes livres do patógeno, rotação
de cultura, maior espaçamento entre as linhas (50-55 cm), com eficiente
controle de plantas daninhas, estão de adequado (300.000 a 350.000
plantas ha-¹), manejo adequado do solo, principalmente com relação à
adubação potássica.
Para o controle do patógeno em sementes,
recomenda-se o armazenamento em condição ambiente, pois há redução
acentuada, mas não total, do nível de infecção. Por essa razão, o
tratamento de sementes com fungicidas adequados é recomendado em lotes
que apresentem mais de 5% de sementes infectadas.